sexta-feira, 6 de junho de 2014

Como impedir que clonem e espiem suas conversas no WhatsApp

Existem vários aplicativos que espionam suas conversas no WhatsApp. O mais badalado entre eles, o StealthGenie, na verdade monitora toda a atividade do smartphone em que está instalado. Isso incluir gravar as ligações, ver chamadas de Viber e Skype, acessar conteúdo de SMS e mensagens via Gtalk,Facebook e WhatsApp, permitir visualização dos arquivos armazenados no dispositivo, etc. Ou seja: uma vez no celular, ele passa um relatório completo de tudo o que você está fazendo para seu espião.

Apesar de ZapZap rodar no navegador, WhatsApp está em mais plataformas mobile (Foto: Luciana Maline/TechTudo) (Foto: Apesar de ZapZap rodar no navegador, WhatsApp está em mais plataformas mobile (Foto: Luciana Maline/TechTudo))

Apesar de ZapZap rodar no navegador, WhatsApp está em mais plataformas mobile (Foto: Luciana Maline/TechTudo)


Há outros serviços desempenhando função similar, a exemplo do Mobile Spy e Mobi Stealth. Todos são caros, com versões entre US$ 60 e US$ 200. Mas nem por isso dá para confiar estar a salvo da curiosidade de terceiros. Impedir que monitorem seu smartphone para garantir privacidade precisa ser um preocupação constante. 

A principal dica para evitar esse tipo de ação é colocar uma senha forte no aparelho. É o que recomenda Marcelo Lau, diretor da Data Security, empresa especializada em perícia computacional. "Ao definir uma senha baseada em movimento do dedo, visando formar um "desenho", limpe constantemente a tela de seu celular, pois um dedo engordurado deixa marcas no display, facilitando a adivinhação da sequência numérica", destacou.

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StealthGenie espiona conversas no WhatsApp (Foto: Divulgação/StealthGenie)


O usuário pode ainda instalar aplicativos como o GotYa!, que tiram foto sempre que alguém entra com uma senha errada no celular e enviando a imagem para o proprietário. Você saberá imediatamente quem está tentando bisbilhotar seus passos, podendo tomar mais cuidado caso seja uma pessoa do seu convívio.

Outra recomendação é estar sempre por perto quando for emprestar o dispositivo para alguém. "Seus amigos, filhos, irmãos e demais familiares podem vir a instalar acidentalmente um programa malicioso." Para dar mais proteção contra esse tipo de software, é necessário ter algum antivírus instalado.

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Apps ajudam descobrir quem está mexendo no seu celular (Foto: Divulgação/GotYa!)

Normalmente os antivírus não detectam espiões como StealthGenie e mSpy, que operam em segundo plano e não aparecem na lista de apps instalados. Ainda assim, eles protegem contra versões menos sofisticadas de malwares, fechando o cerco dos invasores. Desabilitar Wi-Fi e Bluetooth sempre que não estiver usando essas funções é outra medida que aumenta a segurança. "Tais mecanismos de acesso às redes sem fio sempre podem ser uma porta de ingresso de alguém mal intencionado em seu celular", comenta Marcelo.

Falando especificamente do WhatsApp, o especialista lembra que, como o serviço funciona atrelado ao SIM, basta que uma pessoa esteja em posse do seu chip para conseguir restaurar o conteúdo trocado pelo mensageiro. "O usuário deve estar ciente também que anexos enviados via WhatsApp, como fotografias, são armazenadas em outras áreas do telefone, não sendo automaticamente eliminados quando as mensagens de texto são apagadas."

Meu telefone foi espionado. E agora?

A Constituição Federal garante direito à intimidade, privacidade, honra e imagem. Isso significa que a pessoa que instalar um aplicativo espião pode estar cometendo crime. Nesse caso, a vítima pode adotar uma série de medidas para ser reparada.

A advogada especialista em Direito Digital Gisele Truzzi chama atenção para importância de não apagar as mensagens e conteúdos hackeados. "Esse, geralmente, é o primeiro impulso da vítima. Mas isso servirá como prova da ação ilícita, então é preciso deixar tudo no celular. Mantenha o histórico de chamadas, acesso de sites etc, e tire print de tela do aplicativo instalado", explica.

Ela aconselha também ia a um cartório e fazer uma ata notarial, onde será registrado tudo o que tiver sido espionado do seu aparelho. "Se esses dados tiverem armazenados na nuvem e forem sobrescritos não haverá como resgatar depois. Por isso a ata é importante, além de ser um documento forte de prova."

O terceiro passo é ir em uma delegacia fazer um boletim de ocorrência. "Pode ser uma delegacia comum, não precisa ser uma especializada em crimes cibernéticos", esclarece Gisele. "Caso o usuário não saiba quem instalou, ele pode deixar o celular com a perícia forense para tentar descobrir a origem da instalação desse programa."

Há peritos particulares que fazem esse tipo de trabalho legalmente. Essa pode ser uma alternativa para quem está apenas desconfiado da instalação de um programa espião, mas não tem certeza a ponto de iniciar uma investigação criminal. O serviço, porém, costuma ser caro, por isso as ações preventivas são tão importantes.

Além disso, é preciso estar ciente de que nem todos os casos de instalação de softwares de monitoramento são ilegais. Uma mãe ou pai podem instalar esses aplicativos nos celulares dos filhos, por exemplo, já que eles têm responsabilidade sobre o menor. Empresas também podem lançar mão deste tipo de ferramenta dentro da lei, respeitados certos limites.

"Os tribunais do trabalho e o TST já decidiram que não existe privacidade em ambiente corporativo, então o empregador pode fazer o monitoramento de seus funcionários. Envio e recebimento de e-mails, acesso à internet, tudo pode ser acompanhado. Mas a companhia precisa avisar previamente os empregados e obter deles uma assinatura dizendo que estão cientes da fiscalização. Sem isso, a empresa pode ter problemas na justiça trabalhista", explica a especialista Gisele Truzzi.

Fonte: http://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noticia/2014/06/como-impedir-que-clonem-e-espiem-suas-conversas-no-whatsapp.html

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